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Nuno Côrte Real, o compositor que desafia os rótulos

29 de novembro, 2024
Oeste CIM
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Com uma carreira de mais de vinte anos entre composição, regência e curadoria artística, Nuno Côrte-Real (n. 1971) é um dos principais nomes da música erudita portuguesa.

Citando o musicólogo Rui Vieira Nery, é um “compositor com liberdade criativa, desafiando todos os rótulos estilísticos atuais (…) em plena produção e plena consagração, sempre com capacidade de nos envolver emocionalmente, muito saudável e muito puro, à sua maneira própria e original”. Côrte-Real venceu, consecutivamente, o prémio de Melhor Obra de Música Erudita da Sociedade Portuguesa de Autores, em 2018 e 2019, com o ciclo de canções ‘Agora Tudo Muda’, e a ópera bufa ‘Canção do Bandido’, respetivamente. O seu CD, ‘Tremor’ (Ars Produktion 2021), foi nomeado em cinco categorias nos Prémios Opus Klassiek.

Em 1998 apresentou na Fundação Calouste Gulbenkian – Encontros Acarte – o espetáculo de teatro musical ‘O Sentimento dum Ocidental’, recebido com entusiasmo pela Fundação e pela crítica musical.

Entre as suas estreias mais importantes contam-se a ópera ‘Banksters’, no Teatro Nacional de Ópera, a ópera de câmara ‘A Montanha’, na Fundação Gulbenkian, Lisboa, ‘7 Danças até à Morte da Harpista’, no Kleine Zaal do Concertgebouw em Amesterdão, ‘Concerto Vedras’, na Igreja Episcopal de S. Pedro, em Nova Iorque, ‘Novíssimo Cancioneiro’, no Festival Siglufirdi na Islândia, ‘Andarilhos’ – música para bailado, na Casa da Música no Porto, e ‘Kind of concerto’ – Concerto para Tuba e Orquestra, com a Orquestra Sinfónica de Castilla y León, Espanha.

Em dezembro de 2022, a convite do mais famoso monumento religioso português, o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, concebeu e dirigiu o concerto de encerramento do quinto centenário da morte do rei D. Manuel (1522-2022), com a orquestra e coro do Teatro Nacional de Ópera de São Carlos, desenho de luz de Nuno Meira e instalação sonora de Süse Ribeiro, um dos mais complexos e grandiosos eventos realizados na Igreja do Mosteiro.

A sua discografia inclui álbuns editados nacional e internacionalmente em vários géneros musicais e por várias editoras de renome, como ‘Volupia’ (Numérica 2012), ‘Mirror of the Soul’ (Odradek 2016), ‘Agora Muda Tudo’ (Odradek 2019), ‘Cante’ (Odradek 2020), ‘Time Stands Still’ (Artway Records 2020) e ‘Hukvaldy Cycle’ (Naxos 2021).

No mundo cénico, Nuno Côrte-Real tem trabalhado com alguns dos principais nomes da ópera, teatro, literatura e cinema em Portugal e no estrangeiro, tanto como maestro como compositor. Em 2022, a sua banda sonora original para o filme ‘Terra Nova’, realizado por Artur Ribeiro, foi nomeada para os Prémios de Cinema Português ‘Sophia’. Numa ascendente carreira internacional como maestro, Nuno Côrte-Real trabalhou com a Orquestra de Câmara Mahler, Orquestra Sinfonica di Milano, Orquesta Sinfonica de Castilla y León, Orquestra Sinfónica da Ópera Estatal Húngara, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquesta Ciudad de Granada, Orquestra dela Toscana, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Ensemble Orchestral Contemporain, entre muitos outros, além de numerosos projetos com o Ensemble Darcos. Adicionalmente, trabalhou com solistas de renome internacional como Shlomo Mintz, Ann Peterson, Nicola Ulivieri, Mats Lidström, Ana Quintans, Artur Pizzaro, Elisabete Matos, António Rosado, entre muitos outros. 

Nuno Côrte-Real é fundador e diretor musical do Ensemble Darcos, grupo de música de câmara dedicado à interpretação da sua música e do grande repertório europeu, e diretor artístico da Temporada Darcos, um dos mais prestigiados festivais internacionais portugueses de música erudita. Foi bolseiro do Centro Nacional de Cultura, tendo-lhe sido atribuída em 2003 a Medalha de Mérito Cultural da Câmara Municipal de Torres Vedras. Côrte-Real colabora regularmente com a Orquestra Sinfónica Portuguesa e com o Coro do Teatro Nacional de Ópera de São Carlos, em Lisboa.

 

O Projeto ‘Da Biblioteca para o Mundo’ é uma parceria entre a Comunidade Intermunicipal do Oeste e a Rede Intermunicipal de Bibliotecas do Oeste (RIBO) com o propósito de descobrir ou revisitar figuras do município que gravaram o seu nome nos livros.

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Última Atualização 12 dezembro, 2024

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