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Turismo

“Temos a noção que algumas das imagens mais icónicas do país são desta região"

10 de setembro, 2025
Oeste CIM
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Responsável pela realização do filme sobre o Oeste que será exibido no ART&TUR – Festival Internacional de Cinema de Turismo, a produtora QUE CENA trouxe para este projeto uma linguagem cinematográfica inovadora e emotiva. Nas palavras de Sérgio Pereira e Lídio Pontes, o objetivo foi criar uma experiência visual que transmitisse a identidade e a diversidade do território, valorizando tanto a sua autenticidade como o seu potencial turístico. Nesta entrevista, conhecemos mais de perto a visão criativa da produtora, os principais desafios da produção e a forma como este trabalho procura inspirar novos olhares sobre a região.



- De que forma procuraram transmitir a identidade e a diversidade do território em linguagem cinematográfica?
Quisemos criar uma experiência visual que fosse além do registo tradicional. Através de voos livres e avassaladores, procurámos captar a atenção do espetador durante todo o filme, surpreendendo-o a cada momento com um voo verdadeiramente imersivo e de cortar a respiração. Pretendemos oferecer-lhe a sensação de voar sobre o território, atravessar paisagens e mergulhar em cenários únicos e surpreendentes. Esta perspetiva aérea permite, para além de revelar a identidade e a diversidade do Oeste de forma inovadora, transmitir a autenticidade do território sem filtros ou narrativas impostas. Este trabalho tenta ser um olhar puro sobre uma região que fala por si própria.


- Quais foram os principais aspetos da cultura, património e turismo local que consideraram essenciais destacar?
Foram vários: desde a imensidão dos 100 quilómetros de praias atlânticas até ao património histórico que marca os 12 municípios. Entre novas e antigas tradições, o Oeste surge como uma região voltada para o futuro, mas com raízes identitárias que remontam a milhões de anos de história. Características que fazem do território um local verdadeiramente único.


- O que torna este projeto inovador?

A grande inovação está na linguagem cinematográfica. Ao usar filmagem integralmente em “First Person View”, colocamos o espetador dentro da viagem, não como observador distante, mas como protagonista que descobre o território em primeira pessoa. Aliado a isso, a ausência de voz-off abre espaço para uma leitura mais pessoal e emocional: cada pessoa pode construir a sua própria narrativa, criando uma ligação íntima com o território. A tudo isto juntou-se um trabalho de sonoplastia e musical que confere cadência, emoção e interpretação a cada momento.

 

- Quais foram os maiores desafios da produção?
Temos a noção que algumas das imagens mais icónicas do país são desta região. Aqui começa o grande desafio. Mesmo assim, tínhamos de cativar os de fora, e, ao mesmo tempo, surpreender quem lá mora e conhece todo o território: o que é uma grande responsabilidade.

Enfrentámos muitas dificuldades: desde as condições climatéricas, sempre imprevisíveis e que, em filmagens aéreas se tornam grandes obstáculos, até à complexidade técnica de operar drones  (pilotados por recordistas mundiais em alguns circuitos) em ambientes tão distintos como praias, zonas rurais, património edificado (interior e exterior) e florestas com dinossauros. Tivemos muito vento, chuva e sol, tudo o que não controlamos, mas que eram necessários nos momentos certos de uma produção já de si em contra-relógio, o que também ajudou a conferir emoção ao resultado final. Ainda assim, este trabalho não dispensou o rappérage, um reconhecimento prévio e aprofundado do território.

Outro desafio foi manter uma narrativa coerente sem recorrer a palavras, confiando apenas na imagem e no ritmo visual para transmitir emoção e identidade. Todos os planos foram previamente estudados ao pormenor e integrados num guião minucioso que, no fundo, se assemelhava a uma fórmula matemática. E talvez este tenha sido o maior desafio - tentar pintar com arte sobre uma fórmula matemática - dando igual destaque a cada município para transmitir a unidade da região. Todas as peças diferentes, mas do mesmo tamanho, teriam que encaixar num mosaico homogéneo transposto para uma viagem de sensações.


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 Que impacto esperam que o filme tenha na promoção da região?
Esperamos e desejamos que este filme contribua para afirmar o Oeste como um destino turístico de excelência e autenticidade, que já o é. Que desperte a curiosidade dos viajantes e inspire novos olhares sobre um território tão próximo da capital e, ao mesmo tempo, tão singular. Acima de tudo, gostaríamos que funcionasse como um convite: vir, descobrir e sentir o Oeste para além do óbvio.

Última Atualização 09 setembro, 2025

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