Celebrações do 25 de abril demonstraram importância de se viver em democracia

Os 51 anos que decorrem desde o 25 de abril de 1974 foram celebrados no agora feriado, assim instituído após a Revolução dos Cravos que deu por findo um período de 48 anos de ditadura, com um programa vivido nos Paços do Concelho de Alenquer. As cerimónias foram antecedidas por um minuto de silêncio cumprido no Salão Nobre em homenagem ao legado do Papa Francisco.
Seguiram-se os vários discursos políticos, com todas as forças partidárias e movimentos independentes representados na Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Juntas e Uniões de Freguesia a terem a possibilidade de tecerem as considerações perante uma sala repleta. A primeira intervenção coube ao Presidente da Assembleia Municipal, Fernando Silva, que destacou a importância da data no panorama regional e nacional.
"Celebramos não só os 51 anos do 25 de abril mas também os 50 anos da Assembleia Constituinte, um marco moderno da história de Portugal. Este momento histórico foi determinante para a construção de uma nação alicerçada nos valores da liberdade, da justiça e da democracia. A consolidação de uma estrutura democrática robusta fundamentada na lei das leis tem trazido benefícios para o sistema em várias situações. Hoje podemos observar uma sociedade mais justa onde a cidadania é exercida de forma plena, onde a situação administrativa se traduz no domínio do serviço público e na transparência das decisões. Há um enorme respeito por aqueles que lutaram por uma sociedade livre e justa, mas somos também convidados a refletir pelo caminho que temos pela frente", afirmou.
Pedro Folgado, Presidente da Câmara Municipal de Alenquer, encerrou o rol de discursos, relevando a todos os presentes a felicidade de poder viver em democracia. "Espero que esta seja para sempre uma efeméride que represente a luta do povo português pela liberdade, pela justiça e pela democracia. Foi a Revolução dos Cravos que nos permitiu decidir sobre o nosso próprio futuro, alargando horizontes e abraçando novas ideias, assentes numa base de esperança, solidariedade e inclusão. Foram aspetos que se espelharam em coisas que hoje parecem tão básicas quanto a liberdade de expressão, imprensa, as reformas sociais e laborais, a educação, o Serviço Nacional de Saúde ou os direitos das mulheres. Elas passaram a fazer parte de um perigoso processo de desvalorização passível de gerar um ataque aos mesmos. Hoje, as conquistas de abril estão diminuídas. Por isso, ao celebrarmos este dia somos igualmente chamados a refletir sobre o presente", considerou o edil alenquerense, aproveitando, no último discurso na condição de Presidente para traçar várias perspetivas de futuro. Depois, seguiu-se uma declamação de uma seleção de poemas sobre a Revolução que ficou a cargo de Maria Albertina Lopes.
A este momento solene, seguiu-se a inauguração da exposição 'Primeiras eleições livres – 50 anos depois', que retrata o antes e o depois do 25 de abril de 1974, patente no átrio dos Paços do Concelho. Neste momento local, foi apresentado pelos autores Maria José Porém e José Lourenço o 2º volume da obra 'Contra o Esquecimento'.
Findas as atividades nos Paços do Concelho, todos os que quiseram, através de uma viagem gratuita de autocarro garantida pela autarquia, puderam conhecer a nova Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados de Olhalvo numa visita que contou com a presença do executivo municipal e de Carlos Andrade e Medina do Rosário, Presidente do Conselho de Administração e diretor clínico para os Cuidados de Saúde Primários da Unidade de Saúde Local Estuário do Tejo, respetivamente.