“No Oeste há muito talento e profissionais de alto nível nas artes plásticas”

O aeroporto Internacional do Rio de Janeiro transformou-se numa galeria de acesso universal, mas com foco na cultura portuguesa e em particular nas artes plásticas do Oeste. A Mostra Portugal Contemporâneo arrancou a 5 de novembro e estará patente até 5 de janeiro de 2026. Fomos por isso perceber junto de Ana Miranda, do Arte Institute, o que está por detrás desta iniciativa. “Para que mais artistas se possam desenvolver” na região é um dos objetivos.
- Como surgiu a ideia de apresentar o trabalho de dez artistas do Oeste num espaço como o Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro? O que a motivou a escolher este contexto tão singular para a Mostra Portugal Contemporâneo no Brasil?
- A Mostra de Portugal Contemporâneo tem como objetivo dar a conhecer e promover artistas contemporâneos portugueses em diversas áreas artísticas: música, artes plásticas, dança e cinema. Tentámos que os participantes pudessem ser de várias regiões de Portugal para descentralizar e mostrar como o país é culturalmente diverso e criativo. Tínhamos conhecimento de alguns dos artistas plásticos da região Oeste com quem temos desenvolvido trabalhos e por isso queríamos que fizessem parte da mostra nas áreas das artes plásticas. Há muito talento e profissionais de alto nível na região Oeste.
- Como decorreu o processo de seleção dos artistas e o que nos pode dizer um pouco sobre eles? Há cada vez mais capacidade de criação na região?
Sim, a região oeste tem muitos bons profissionais da área da cultura e são obras muito diversificadas e originais. Temos escultura, pintura e fotografia nesta exposição. A Câmara Municipal de Torres Vedras, a Esad das Caldas da Rainha e o Arte Institute colaboraram na seleção dos artistas Feliciano Costa, HElena Valsecchi, Maria Matias, Rui Anastácio, Thierry Ferreira, Ema M (Margarida Prieto), André Avelar, Joana Maria Sousa, Burry Buermans e Cinara Saiónára.
- De que maneira a arte contemporânea pode afirmar a identidade do Oeste e promover a região no panorama internacional?
- No Arte Institute acreditamos e trabalhamos sobre a premissa de que a cultura alavanca a promoção do país nas áreas do turismo e da economia. Todas as oportunidades que temos para mostrar o trabalho dos artistas portugueses contemporâneos, damos a conhecer quem somos hoje, o que pensamos, o que criamos e o que inovamos. Simultaneamente ao apresentarmos estes artistas plásticos, criamos uma perceção de como Portugal também é um destino turístico cultural e incentivamos que os visitantes venham conhecer as cidades dessas regiões e os seus equipamentos culturais.
- Sendo natural de Torres Vedras e residindo no estrangeiro, como é que costuma ‘vender’ a região Oeste a quem não a conhece?
- Por norma acredito que a grande marca Portugal somos todos nós que moramos fora. Nós somos sempre, enquanto comunidade portuguesa, o primeiro contacto que se tem do país. No meu caso específico, sempre me assumo como Torreense e convido a virem conhecer as nossas praias, as vinícolas da região e a nossa gastronomia.

- Esta iniciativa contou com o apoio da OesteCIM. Como descreveria esta colaboração e de que forma reflete uma estratégia comum de valorização e internacionalização da cultura do Oeste?
- A parceria com a OesteCIM já vem da primeira edição da iniciativa RHI em 2019 e temos os objetivos comuns de dar a conhecer a região internacionalmente através da economia, da cultura, do turismo e da inovação. Todas as ações que desenvolvemos conjuntamente visam por um lado capacitar e criar oportunidades para os profissionais e indústrias da região e por outro dar a conhecê-los fora de portas e internacionalmente.
- Depois desta experiência no Rio de Janeiro, que legado gostaria que a Mostra deixasse para a região e para os seus artistas em termos de reconhecimento, continuidade e inspiração para as novas gerações?
- Esperamos que a Mostra abra novas portas para a região como um todo, que novas propostas possam aparecer para os artistas da região e para os que vivem e trabalham no Oeste. No fundo, que possa incentivar a que novas parcerias e projetos possam surgir e se desenvolver.
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