Como o Oeste tornou um risco numa ferramenta energética

“Quando se navega sem destino, nenhum vento é favorável”
Séneca
Aproveitar as características atmosféricas numa vantagem competitiva. Foi isso que se fez ao longo dos anos no Oeste relativamente ao vento: usar as fortes correntes de várias direções que ocorrem na região e transformá-las em energia.
No Oeste ocorrem frequentemente tempestades de vento dos quadrantes Sul, Oeste e Norte. De acordo com o Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas (Oeste PIAAC), em termos globais, no período 2000-2018 contabilizaram-se, nos 12 municípios, 742 eventos meteorológicos, responsáveis por 1403 consequências, que ocorreram sobretudo nos anos de 2013 e 2014, sendo as consequências com maior expressão as que estiveram associadas a eventos de vento forte (494), por vezes acompanhados de precipitação, a precipitação excessiva (423).
O perigo atual de vento forte é alto na serra mais alta (Montejunto), nos topos das colinas e na fachada litoral, essencialmente no litoral de arriba. Na maior parte do território a suscetibilidade ao vento é considerada moderada, sendo baixa nas áreas mais baixas e topograficamente mais deprimidas da região.
A suscetibilidade mais forte ocorre nas freguesias de Cardosas, Santiago dos Velhos, Arranhó, Sobral de Monte Agraço, Santo Quintino, Carnota, Meca, Santa Bárbara, Ribamar, Reguengo Grande, Usseira, Serra d'El-Rei, Carvalhal Benfeito e Santa Catarina.
Foi esta realidade que permitiu à região tornar-se uma produtora de energia eólica de referência, sendo responsável por 6 por cento da produção a nível nacional graças às suas 29 centrais eólicas em funcionamento, com uma capacidade agregada de aproximadamente 311 MW (INEGI, 2017). [ver imagem]
Estes centros electroprodutores situam-se em Torres Vedras (11), Sobral de Monte Agraço (5), Nazaré (2), Lourinhã (2), Arruda dos Vinhos (2), Alenquer (2), Alcobaça (1), Bombarral (1), Cadaval (1), Caldas da Rainha (1) e Peniche (1) - (INEGI, 2018).
Recorde-se que no próximo domingo celebra-se o Dia Internacional do Vento, criado em 2007 pela Wind Europe, em parceria com o Global Wind Energy Council, com o objetivo de chamar a atenção para o grande potencial do vento como recurso de produção de energia renovável.
A cada dia 15 de junho é dado a conhecer (e reforçar) o potencial da energia eólica, uma fonte de energia limpa, renovável e económica, que não depende de combustíveis fósseis e contribui significativamente para a redução das emissões de CO2. Estima-se que represente atualmente cerca de 5% do consumo mundial de eletricidade, com projeções de alcançar 9% até 2030, e mais de 24% na Europa.
O Oeste tem como compromisso o desenvolvimento de práticas de sustentabilidade, aproximando os municípios da região das metas nacionais e europeias para uma economia mais circular e um futuro mais sustentável.
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