Museu Hipólito Cabaço reabre revigorado e presta uma justa homenagem ao homem e a Alenquer

O Museu Hipólito Cabaço reabriu a 29 de maio, em pleno feriado municipal, num novo espaço, a Casa da Torre, com mais e melhores condições, prestando uma homenagem digna a um dos grandes arqueólogos da história de Portugal e que dá nome a este novo equipamento aberto à população.
Hipólito Falcão Toar e Athayde Barreto de Almeida da Costa Cabaço nasceu em Paiol, em Aldeia Galega da Merceana, e foi no concelho de Alenquer - a sua última morada - que se destacou como percursor do ramo da arqueologia.
A Casa da Torre, que abre agora como o novo Museu Hipólito Cabaço, contou várias utilizações até ser comprada pelo próprio Hipólito Cabaço em 1925. Este património municipal que foi residência da figura alenquerense na primeira metade do século XX foi mais tarde vendida pelo próprio Cabaço à Câmara Municipal de Alenquer. É nesse lugar, na Calçada Francisco Carmo, que outrora foi de inspiração para o antigo arqueólogo que passam a estar expostas cerca de 2.000 peças de várias épocas da história, todas elas achados arqueológicos deste concelho.
O antigo Museu Hipólito Cabaço, inaugurado a 6 de abril de 1975 e encerrado ao público em 2010 devido à degradação do edifício, reabre agora com um novo projeto museológico. Conta seis salas expositivas: Casa da Torre, Hipólito Cabaço e Museu; Pré e Proto-História; Época Romana; Idade Média; Idade Moderna e Idade Contemporânea. O mais recente membro a integrar a rede de museus do concelho soma ainda espaços complementares como biblioteca, depósito e sala polivalente, com a inauguração da Casa do Espírito Santo a estar reservada para 7 de junho. A museografia e o design de comunicação ficou a cargo da empresa P06 enquanto que o historiador Filipe Rogeiro levou a cabo a produção de conteúdos. O museu que se estende por uma área de 890.34 m2 integra tecnologia interativa, como um filme imersivo em 360º graus e ecrãs tácteis.
Ao longo da exposição, os mais jovens poderão experimentar ser pequenos arqueólogos, tal como a figura que dá nome ao museu, dispondo de espaços interativos para o efeito.
O Presidente do Município de Alenquer, Pedro Folgado, revelou a sua satisfação em ver o Museu de portas abertas após um período de 12 anos em que foi necessário superar vários problemas. "Este é o local ideal para o Museu funcionar já que esta tinha sido a casa de Hipólito Cabaço. Demorou demasiado tempo e é difícil gerir as expectativas das pessoas, mas está finalmente de portas abertas. O Museu é muito importante para Alenquer e muito importante para a comunidade arqueológica. Há muitas peças que têm estado sob reserva e a partir hoje estão uma vez mais a descoberto, com a possibilidade de serem estudadas. Agradeço a todos aqueles que se empenharam para podermos expor as pessoas que são tão importantes para Alenquer como para Portugal", considerou.
Cláudia Luís, vereadora com o pelouro da cultura, deixa o convite, dos mais novos aos mais velhos, passando por estudantes, para que todos possam conhecer o novo museu a figurar na vila-presépio. "Esta obra é fruto do trabalho que tem vindo a ser feito ao longo dos anos. A equipa da Câmara Municipal esteve empenhada para que o Museu Hipólito Cabaço abrisse com toda a dignidade e que pudesse abrir portas a todos os que nos quiseram visitar. Não queremos que este seja um museu acabado. Queremos que tenha vida, que seja visitado por quem se interessa pelo tema e que seja explorado. Queremos que seja uma porta aberta a todos os que veneram Hipólito Cabaço, a todos os que estudam arqueologia e a todos os que se dedicam a atividades como estas", disse a responsável autárquica alenquerense.
A família de Hipólito Cabaço marcou presença para ver in loco o novo espaço. António, neto do grande arqueólogo alenquerense, ofereceu ao novo Museu uma aguarela com o busto do avô desenhado.
A obra teve o financiamento do FEDER e Centro 2020 num valor contratual de 619.040,00€ (com IVA). A empreitada ficou a cargo da Pinto Miranda, Engenharia e Construção, Unipessoal, Lda. A melhoria das condições de acessibilidade da antiga Casa da Torre mereceu também o financiamento do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência).
A entrada no Museu Hipólito Cabaço é livre no horário de funcionamento: de terça-feira a domingo, das 10h às 13h e das 14h às 18h.