Surf no Oeste movimentou 23 milhões de euros em 2024

A etapa portuguesa da Liga Mundial de Surf (WSL) em Peniche e o evento de ondas gigantes na Nazaré geraram cerca de 23 milhões de euros em receitas em 2024, conforme revela o estudo de impacto socioeconómico. Só o Campeonato Mundial de Surf em Peniche, realizado entre 6 e 16 de março, movimentou mais de 20 milhões de euros, enquanto o campeonato de ondas gigantes na Nazaré, ocorrido a 22 de janeiro, contribuiu com mais de 3 milhões de euros (num único dia).
O estudo, realizado por Diogo Melo, aluno de mestrado no ISEG – Lisbon School of Economics & Management, foi apresentado esta terça-feira, 29 de outubro, na sede da Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCIM), contando com a presença do Secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, do Presidente da OesteCIM, Pedro Folgado, e de representantes da WSL e dos municípios de Peniche e Nazaré.
Pedro Machado destacou o impacto positivo do surf para a região, afirmando: “Este estudo prova o potencial associado à indústria do surf e à forma como ela pode dinamizar outros setores estratégicos da Região do Oeste, como cultura, património e enoturismo, trazendo uma atratividade capaz de gerar cerca de 80 milhões de euros.”
Em Peniche, calcula-se que os visitantes tenham gastado cerca de 13 milhões de euros em bens e serviços, enquanto na Nazaré o impacto direto foi de 2,5 milhões de euros, alcançando mais de 3 milhões ao incluir impactos indiretos e induzidos. Estes valores excluem investimentos de patrocinadores e o impacto mediático, que eleva ainda mais a visibilidade da região.
O surf foi enaltecido como motor económico e cultural para o Oeste, atraindo público internacional diversificado: 36,5% dos visitantes em Peniche e 69,5% na Nazaré foram estrangeiros, com destaque para brasileiros, alemães, norte-americanos e franceses.
Francisco Spínola, General Manager da WSL para a Europa, África e Médio Oriente, reforçou que o impacto do evento vai além dos dias de competição: “Sem dúvida que o Campeonato é para se manter. Os nossos principais parceiros público-privados já nos deram luz verde para continuar. Do ponto de vista da WSL, a Região Oeste é um local de excelência, com ondas de excelência, e vamos tentar manter esta prova por muitos anos.”
Na apresentação, destacou-se também a sustentabilidade e a igualdade na premiação entre homens e mulheres. Diogo Melo, autor do estudo, ressaltou o desafio do projeto: “Foi a primeira vez que fiz um estudo desta dimensão. Com apoio da minha faculdade, do ISEG, e da equipa da WSL, obtive dados surpreendentes, como os da Nazaré, que num único dia gerou receitas de 3 milhões de euros. Em termos de retorno de marca, o Turismo de Portugal, através do Visit Portugal, foi a segunda mais destacada. É muito bom para Portugal saber que os turistas já veem o país como um destino de surf.”
Lídia Monteiro, do Conselho de Administração do Turismo de Portugal, destacou o valor estratégico do surf para o país: “Este estudo reforça a perceção de que o surf tem impacto direto nas comunidades, nos territórios e na imagem do país, fortalecendo a marca Portugal.”
Pedro Folgado, Presidente da OesteCIM, ressaltou o surf como uma oportunidade de promover o turismo sustentável e o desenvolvimento equilibrado na região, onde os municípios colaboram para posicionar Portugal como destino de excelência para o surf a nível mundial.